quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A DROGA NOSSA DE CADA DIA



Acompanhando o noticiário dos últimos dias, fui invadida por um sentimento de extrema impotência e tristeza. É lamentável o que está acontecendo em nossa sociedade, com nossos jovens, tão perdidos quanto seus pais e, até mesmo as autoridades, sem saber como lidar com a onda de desvarios e desmandos que ocorrem a cada dia.

Ao depararmo-nos com as notícias, tanto através dos jornais, da tv ou da internet, percebemos que a situação está cada vez mais fora de controle. Uma onda, um verdadeiro tsunami de violência assalta todos os dias as nossas cidades, ceifando vidas, destruindo famílias e desorganizando toda uma estrutura social.

Isto é muito sério! Demonstra quão frágil se encontra a nossa sociedade, quanto há por se fazer a fim de começar a inverter essa situação. No entanto, muito pouco, ou melhor, quase nada se faz.Vidas se escoam,esperanças se esvaem, ilusões não se sustentam. A violência e o desmando aumentam assustadoramente e medidas essenciais não são tomadas.

Penso que todas nós, enquanto cidadãs pensantes nesse universo turbulento em que vivemos, não podemos nos omitir. É o futuro e também o presente de nossos filhos e netos que está ameaçado. Hoje lemos nos noticiários, mas ninguem nos garante que num futuro não muito distante esses fatos não cheguem às nossas portas.

Ficaremos à espera sem nada fazer? Podemos fazer alguma coisa? O que? Como começar?

São questões, que nos exigem respostas,uma posição,mesmo que seja, primeiramente, através de , simplesmente, "Palavras".

domingo, 25 de outubro de 2009

Palestra no Clube - mais uma "Passagem"


Na quinta-feira dei uma palestra no Tenis Clube de Santos. Foi uma experiência muito boa!


Pela primeira vez, os participantes a quem me dirigi, eram leigos no assunto. Isto me preocupava, sem saber se conseguiria atingir meu objetivo, já que a linguagem e os conceitos psicanalíticos são um tanto herméticos. Passa-los para um discurso mais acessível era, pois, um desafio.

No entanto, logo de início estabeleceu-se um clima muito tranquilo, que permitiu que o conteudo que queria passar fosse evoluindo de forma clara e acessível. As pessoas levantavam dúvidas e questões e sairam satisfeitas com o resultado.


Para mim, foi uma experiência enriquecedora, na medida em que sempre pensei em abrir o campo da transmissão para além das paredes do consultório e das Instituições. Acredito que desta forma podemos levar o saber da Psicanálise às pessoas interessadas, favorecendo um esclarecimento maior sobre esse universo tão rico e desconhecido que é o psiquismo humano e, assim, possibilitando um viver melhor.


De posse de algum conhecimento nesta área de saber, os acontecimentos e fatos de nosso dia-a-dia podem demonstrar algo além das aparências enganosas da Consciência e da Razão, dando lugar a novas questões sobre algo que ainda desconhecemos, mas que está presente em todos os nossos atos e fatosda Civilização : o Inconsciente.


Atendendo ao desejo de todos os presentes, haverá um Encontro Mensal, para continuarmos com nossa proposta que é "O que a Psicanálise nos ensina ?






sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Covivência entre gerações



Estive em São Paulo, passando qinze dias na casa de uma de minhas filhas. Ela e meu genro viajaram e fiquei com meus netos. Foi muito gostoso! Desfrutar da companhia de crianças e jovens sempre me agradou muito.
Desde que minha primeira filha nasceu, minha vida tem sido cercada pela presença desses seres maravilhosos! Lidar com a espontaneidade do Rodrigo, meu netinho mais novo e com a inteligência e a perspicácia do Rafa, na sua adolescência, fez-me muito feliz! Estar em contato com a graça e bondade da Julia, nos seus treze anos, com a nova moradia da Dani e da Ju, nesse início de vida adulta,em seu novo apê, assim como com a Karina em seu novo emprego e Dudu e Lali, com seu jeitinho doce e tranquilo, mostrou-me que, realmente..."a vida continua"...e, estando as bases assentadas, a edificação é construida com sucesso!
Além disso, nos anos que trabalhei em minha escola, pude acompanhar o desenvolvimento dos alunos que por ali passaram e desfrutar dessa convivência privilegiada que é estar em contato com as gerações mais novas.
Muito se aprende nesse convívio, um novo olhar sobre os mesmos fatos descortina sempre um novo enfoque, seja na pureza dos pequeninos ou nas descobertas interessantes e criativas dos jovens. Não me canso de admira-los e aprender com eles.
Mas, paralelamente a isso, é gratificante perceber que, mesmo já na etapa madura da vida, passamos a eles nossos valores fundamentais e nosso saber adquirido por toda uma vida. Educar é isto: aprender e transmitir, saber ouvir e intervir somente quando é necessário. A nós avós, cabe também, calar mais e deixar que nossos filhos, os pais, ocupem o devido lugar em seu desenvolvimento. Para isso é importante que possamos estar presente em suas vidas na medida certa, sem exageros .
Voltei para casa com a alma lavada, retornando à minha vida nesta "passagem" que atravesso, novo momento em que passo , do papel principal da história da família, para o de "coadjuvante" de suas vidas, mas, pricipalmente, "protagonista" da minha própria história.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O que a Psicanálise nos ensina



A partir de meus estudos em psicanálise, tento sempre, a partir de fatos cotidianos relativos ao desenvolvimento humano e aos acontecimentos que ocorrem na Civilização, pensa-los sob a ótica da Psicanálise. Isto permite uma experiência interessante e enriquecedora, possibilitando que se lance um novo olhar aos fatos ou questões que surgem no dia-a-dia.

A descoberta freudiana possibilitou este novo olhar, na medida que inverteu muitos dos conceitos cristalizados até então.

N0 final do século XIX, Freud com seus "Estudos sobre a Histeria", introduz o conceito de Inconsciente, enquanto substantivo e não adjetivo como o utilizavam os filósofos. Isto representou uma virada na análise do comportamento humano e é a partir daí que se instaura a teoria psicanalítica.

A possibilidade que temos, portanto, de posse dos conceitos freudianos é a de tentar ir além das evidências, buscando entender o que as determinam, a partir do próprio sujeito.

A riqueza que este fato nos traz é muito grande no sentido de elucidar muitos dos enigmas e conflitos que cercam a humanidade.


Espero poder, através destes pequenos textos, a partir da minha experiência, esclarecer e desmistificar muito do que se pensa sobre a Psicanálise e traze-la para além das quatro paredes dos consultórios e das Instituições.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

De volta às palavras...


Este título é um título impossível!




Como podemos voltar àquilo que nos constitui, se disto nunca saimos?


Sim, é das palavras que estou falando, da Linguagem, que nos abarca, desde sempre, e que nos faz ascender à condição de humanos.




Antes de nascer, somos já falados por aqueles que nos esperam, na medida que, desde o momento que um par se enamora e se propõe a constituir uma relação de amor, a perspectiva de um novo ser começa a ser falado, mesmo que embrionariamente.


Chegando o momento oportuno, esse diálogo antecipatório vai tomando forma e inicia-se então o banho de linguagem que vai receber o novo ser. E desse banho civilizatório não saimos jamais, enquanto vivermos.




Tendo sido falados desde antes do nascimento, essa fala que nos constitui, acompanha-nos em nosso desenvolvimento capacitando-nos ao processo civilizatório.




Essa força da Linguagem está presente, pois, na constituição do ser humano, é o que o distingue dos animais, aquilo que o faz ímpar em sua espécie.




É a força do Simbólico sobre a Natureza!








Passagens

Minha foto
Santos, São Paulo, Brazil
Sou santista,viuva,cinco filhos e oito netos. Minha formação começou na área da Educação e atualmente se foca também na Psicologia, mais específicamente na Psicanálise. Meu grande interesse é pela "Palavra" em todas as suas formas e é isto que me impulsiona neste blog.